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Acordo vai incentivar a cultura do sorgo em Sergipe
Brasil
November 26, 2004

Segunda-feira (29), às 7h30, no Hotel Aquarius, será asssi nado um Protocolo de Intenções que visa estimular o desenvolvimento da cultura do sorgo em Sergipe a partir do ano que vem. Assinam o documento o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, do Abastecimento e da Irrigação (SAGRI); o Departamento Estadual de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (DEAGRO); o Banco do Brasil; o Banco do Nordeste do Brasil; o Banco do Estado de Sergipe (BANESE); a Associação Sergipana de Avicultores (ASDA) e a Embrapa Tabuleiros Costeiros (Sergipe – AL), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O objetivo do protocolo é implementar um programa conjunto de assistência técnica, pesquisa e crédito rural. Para isso, cada instituição se comprometerá a cumprir um série de obrigações. A ADSA, por exemplo, vai adquirir do produtores até 4 mil toneladas de sorgo ao preço de mercado, desde que este valor não seja inferior ao da Política de Garantia de Preços Mínimo do Governo Federal.

Os agentes financeiros (BB, BNB e BANESE) vão analisar o cadastro dos mutuários; efetuar o estudo das propostas apresentadas; liberar os recursos, de acordo com sua disponibilidade orçamentária. A SAGRI, por meio da DEAGRO, vai adquirir e distribuir as sementes para os produtores interessados na exploração do sorgo; prestar assistência técnica aos empreendimentos financiados; divulgar as linhas de crédito disponíveis; e controlar o trânsito de aves e produtos, com a finalidade de impedir a entrada de doenças no Estado e disseminação de enfermidades entre os municípios.

Já a Embrapa Tabuleiros Costeiros se comprometerá a disponibilizar pessoal especializado para a execução de pesquisas relacionadas ao desenvolvimento da cultura do sorgo em Sergipe; elaborar comunicados técnicos e folders sobre o assunto; e disponibilizar a estrutura física da Unidade para a realização de cursos de capacitação.

O protocolo, que estabelece ainda outras obrigações para as instituições parceiras e vai vigorar até 31/12/2005, abrange os municípios sergipanos zoneados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), considerados com aptidão de solo e clima para o Sorgo.

Zoneamento recomenda o sorgo para 21 municípios sergipanos

O zoneamento agrícola (Zoagro) de 2004, coordenado pelo MAPA e executado por pesquisadores da Embrapa, recomenda o plantio do sorgo em 21 municípios sergipanos. Segundo a pesquisadora Ana Alexandrina Gama da Silva, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, responsável pela elaboração dos zoneamentos do milho e sorgo para Sergipe, o Zoagro é de grande importância para o agronegócio do Estado, principalmente pela abertura de linhas de crédito para os produtores da região.

Este zoneamento determina quais regiões apresentam melhores condições climáticas para o desenvolvimento da cultura, os períodos mais favoráveis para o plantio com menor risco climático e as cultivares habilitadas. Em Sergipe, a época indicada para o plantio do sorgo pelo Zoagro 2004 foi de março a junho, nos municípios de Itabaiana, Lagarto, Macambira, N. Sra. Aparecida, N. Sra. das Dores, N. Sra. da Glória, Pedra Mole, Pinhão, Poço Verde, Riachão do Dantas, Ribeirópolis, S. Miguel do Aleixo, Simão Dias, Tobias Barreto, Aquidabã, Capela, Carira, Cumbe, Feira Nova, Frei Paulo e Gracho Cardoso.

A pesquisadora Ana Alexandrina destaca que o zoneamento agrícola para 2005 já começou a ser elaborado. "Os principais resultados alcançados em todo o Brasil pelo programa de Zoneamento são o aumento da produtividade com a redução das perdas pelo conhecimento do risco climático, o uso de alguma tecnologia de produção e de cultivares adequadas", ressalta.

Atualmente o programa ganhou importância em função da dinâmica de normatização do crédito e seguro agrícola, implementados por meio da resolução do Banco Central, que restringe o enquadramento no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) aos empreendimentos conduzidos em área de abrangência e sob as condições do zoneamento agrícola.

Embrapa vem pesquisando a cultura no Estado

Há cerca de três anos a Embrapa Tabuleiros Costeiros retomou a avaliação de cultivares de sorgo para Sergipe. Segundo o supervisor da Área de Negócios e Transferência (ANT) da unidade, Edson Patto Pacheco, atualmente estão sendo avaliadas cerca de 30 variedades e híbridos de sorgo granífero e forrageiro no Campo Experimental Jorge do Prado Sobral, em Nossa Senhora das Dores (SE).

"Ao todo são 11 experimentos e os resultados preliminares mostram que a cultura do sorgo se desenvolveu bem em Sergipe", ressalta o supervisor da ANT. Patto justifica essa boa adaptação lembrando que o sorgo é mais resistente à seca e apresenta menos exigência de fertilidade de solo quando comparado ao milho.

Apesar disso, ele afirma que a cultura ainda é muito incipiente em Sergipe. "Atualmente apenas alguns produtores utilizam o sorgo na produção de ração para suas criações, ao contrário de outros estados nordestinos, como Pernambuco, onde a produção tem crescido bastante", compara Patto.

De acordo com o presidente da ASDA, Alfredo Cabral, o sorgo é uma cultura nova no Estado e por isso ainda encontra muita resistência dos produtores. "O sertanejo não gosta de plantar aquilo que ele não pode comer, pois não sabe se vai conseguir comercializar essa produção", explica Cabral, ressaltando que a assinatura do protocolo vai eliminar esse problema.

O presidente da ASDA acredita que o sorgo é uma excelente opção para os produtores de Sergipe, principalmente em função das condições de risco para o plantio de milho no Estado. "A cultura do sorgo é menos exigente e por isso resiste bem às nossas condições", explica. Segundo Cabral, os grãos adquiridos pela associação na safra 2005 serão utilizados na produção de ração.

O sorgo é mais barato do que o milho, mas tem um valor nutritivo menor. Por isso, ele só pode compor até 30% da ração. "Mesmo assim, essa substituição representa uma grande economia para o avicultor, já que o milho está com preços cada vez mais elevados", justifica Cabral. A ASDA tem cerca de 60 filiados e atualmente compra o sorgo produzido em outros Estados, como Goiás e Bahia.

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