Brasília, Brazil
March 25, 2004
Janaina Almada
Repórter da Agência
Brasil
As más
condições climáticas e a incidência de ferrugem asiática nas
lavouras de soja brasileiras provocaram uma queda na produção de
6,1 milhões de toneladas. O prejuízo para os produtores é de
aproximadamente R$ 4 bilhões. As informações são do chefe do
departamento econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil (CNA), Getúlio Pernambuco, em entrevista ao programa
Revista Brasil.
A safra para esta ano, inicialmente estimada em 57,6 milhões de
toneladas, atingirá algo em torno de 51,5 milhões. “Esses
prejuízos são apenas por conta da seca, mas ainda temos
problemas com o escoamento da safra, falta de infra-estrutura e
greve nos portos, o que trás um reflexo negativo também”,
informou.
Apesar da diminuição da produção, Pernambuco informou que o
preço da soja no mercado internacional está muito elevado,
devido a queda da safra nos Estados Unidos em agosto de 2003, de
13 milhões de toneladas, e leve queda na produção brasileira.
“Existe a preocupação para o plantio da safra em 2005, pois no
Brasil não temos o seguro rural que possa dar suporte e pagar os
prejuízos dos produtores. Mas o elevado preço do mercado
estimula a produção”, observa.
De acordo com Pernambuco o ganho com as exportações também devem
cair. A expectativa inicial era de US$ 11,2 bilhões. Após a
constatação da ferrugem asiática e condições climáticas não
favoráveis para o plantio as expectativas são de US$ 10 bilhões.
Essa diferença é devido ao valor do Prêmio que o produtor
recebe, a diferença entre o que o agricultor lucra e os gastos
que tem, como por exemplo, o pagamento de multas. Ano passado
esse valor era de US$ 0,10, para esse ano o será de
aproximadamente US$ 1,40, o que pode representar perda, até o
final de safra, de US$ 1,2 bilhão. “Essa é uma queda bastante
grande para os produtores”.
O analista de soja da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), Gotardo Souza, também em entrevista ao programa Revista
Brasil, disse que os produtores conseguiram um bom desempenho no
plantio. Foram aproximadamente 21 milhões de hectares plantados.
“Os produtores conseguiram combater a ferrugem asiática, não
tanto quanto deveria, mas as perdas não foram muito grandes. O
maior problema de quebra de safra foram as más condições
climáticas”, informa.
No início de abril a Conab irá realizar um levantamento para
saber quais foram os reais prejuízos causados pela má condição
climática e presença de pragas como a ferrugem asiática. |