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Brasil é o quinto país no mundo em área com orgânicos
Brazil is fifth among world's countries in area used for organic agriculture
June 18, 2004

Brasil é o quinto país no mundo em área com orgânicos

Adriano Gaieski
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Pesquisa realizada pela Söl Ecologia e Agricultura, uma organização não-governamental com sede na Alemanha, revela que 841 mil hectares das terras brasileiras são reservados a produtos orgânicos – em cultivo e em extrativismo. Com isso, o País é o quinto no mundo, atrás dos Estados Unidos, Itália, Argentina e Austrália – que, sozinha, produz orgânicos em 10 milhões de hectares. “Há um mercado imenso a ser explorado e os agricultores familiares brasileiros têm as condições para se inserirem nele de forma consistente”, afirma Arnoldo de Campos, coordenador de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Os números são confirmados pelo presidente do Sindicato dos Produtores Rurais Orgânicos do Distrito Federal, Joe Carlo Valle, para quem as discussões sobre a agricultura orgânica precisam ser estendidas a todos os setores da sociedade. “Precisamos fazer algo como o sistema de saúde, com capilaride, a partir de reuniões municipais, estaduais e regionais, a fim de trocar experiências”, defende.

O mercado interno, não tão desenvolvido quanto o externo, já vem dando sinais de vitalidade. As gôndolas de produtos orgânicos não são mais uma raridade nas grandes redes supermercadistas brasileiras e a cada dia cresce a procura pelos produtos livres de agro-tóxicos nos grandes centros urbanos do País. Em Brasília, a consumidora Iara Josengler, por exemplo, destaca “o melhor sabor e as vitaminas, além da certeza de uma produção bem cuidada”. E Rejane Verdana, também produtora, conta que já planta orgânicos em seu sítio, a 39 quilômetros da capital, mas para consumo próprio. “Vale a pena pagar mais pelo que ainda não tenho plantado, pois o retorno é grande para a saúde”, afirma.

Compra

Neste ano, os agricultores brasileiros devem exportar US$ 115 milhões em produtos orgânicos, de acordo com dados da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex). E o programa de Aquisição de Alimentos estima que até o final do ano mais de 100 mil famílias sejam beneficiadas nas modalidades de Compra Direta ou Compra Antecipada. Nelas os agricultores podem comercializar R$ 2,5 mil por família, mesmo que estejam reunidos em cooperativas.

O Compra Direta permite que os agricultores familiares vendam seus produtos diretamente ao governo para que eles sejam utilizados nos programas sociais, como o Fome Zero, e no abastecimento dos estoques estratégicos. Já o Compra Antecipada permite que o agricultor venda sua produção, antes mesmo de plantar, por preços de mercado estabelecidos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se no momento da colheita o preço de determinado produto for maior que o já pago, o agricultor pode optar por vender sua safra ao mercado.


Brazil is fifth among world's countries in area used for organic agriculture

Brasília, June 17, 2004 (Agência Brasil) - A study by Söl Ecology and Agriculture, a non-governmental organization based in Germany, reveals that organic products occupy 841 thousand hectares in Brazil. This puts the country in fifth place in the world, trailing the United States, Italy, Argentina, and Australia, which, by itself, devotes 10 million hectares to the cultivation of organic products. "There is a huge market there for the taking, and Brazilian family farmers are capable of gaining a solid foothold," affirms Arnoldo de Campos, coordinator of Income Generation and Value Aggregation in the Ministry of Agrarian Development's Secretariat of Family Farming.

These figures are confirmed by the president of the Federal District's Syndicate of Rural Organic Producers, Joe Carlo Valle, who thinks that the discussions about organic agriculture need to be extended to all sectors of society. "We need to do something similar to the health system, reaching out and penetrating, beginning with municipal, state, and regional meetings, to exchange experiences," he argues.

The domestic market, not as developed as the external one, has already been emitting signs of vitality. Racks of organic products are no longer a rarity in large Brazilian supermarket chains, and the demand for pesticide-free products increases daily in the country's big urban centers. In Brasília, for example, Iara Josengler, a consumer, points to "the better taste and the vitamins, as well as the assurance of a careful production." And Rejane Verdana, who is also a producer, says that she is already growing organic plants at her small country place 39 kilometers out of town, but for her own consumption. "It's worth it to pay more for the things I haven't planted yet, since the returns to health are substantial," she affirms.

PURCHASES

This year Brazilian farmers should export US$ 115 million worth of organic products, according to data from the Brazilian Export Promotion Agency (Apex). And the Food Acquisition program estimates that, by the end of the year, over 100 thousand families will be benefited by the Direct Purchase or Anticipated Purchase modes. Through them, farmers can sell US$ 797 (R$ 2.5 thousand) per family, even if they belong to cooperatives.

The Direct Purchase mode enables family farmers to sell their produce directly to the government to use on social programs, such as Zero Hunger, and to build up strategic inventories. The Anticipated Purchase mode allows farmers to sell their produce, even before it is planted, at market prices set by the National Supply Company (Conab). If the price of a specific product at harvesttime is higher than what was paid, the farmer can choose to sell his crop on the market.

Translator: David Silberstein

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