Brasília, Brazil
June 18, 2004
Agricultura
orgânica é valorizada nas compras do governo
Adriano Gaieski
Repórter da Agência
Brasil
Brasília - O Programa de
Aquisição de Alimentos do governo federal vai pagar até 30% a
mais que o valor de mercado pelos produtos orgânicos da
agricultura familiar. A decisão já está em vigor e foi tomada
pelo Comitê Gestor do programa com o objetivo de incentivar a
agricultura ecológica no Brasil.
Devido à produção pequena e à procura cada vez maior, os
alimentos que não utilizam agrotóxicos são valorizados no
mercado. Por isso, o Comitê decidiu que seria justo ampliar,
também, o valor pago pelos produtos orgânicos utilizados em
programas sociais como o Fome Zero. A agricultura familiar é
responsável por 70% da produção agroecológica no País, uma
alternativa para o aumento da renda das famílias rurais.
O programa tem o apoio dos ministérios do Desenvolvimento
Agrário, Agricultura, Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento
Social e Combate à Fome. Desde agosto de 2003, quando foi
criado, mais de R$ 200 milhões já foram investidos na compra de
produtos da agricultura orgânica. E o Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) tem uma linha de
financiamento específica para esse setor, oferecendo 50% a mais
de crédito aos agricultores que queiram investir na
agroecologia.
Mercado
“Este é um setor de vital importância para a agricultura
familiar porque, além de proporcionar uma perfeita integração
com o meio ambiente, insere os produtores em um mercado que só
faz crescer no mundo inteiro”, afirma Arnoldo de Campos,
coordenador de Geração de Renda e Agregação de Valor da
Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do
Desenvolvimento Agrário. “Isto não é só para incentivar, mas
para aumentar a produção”, completa Jean Pierre Medaets,
assessor técnico do mesmo ministério.
Hoje o Brasil é o país com o segundo maior número de
propriedades de plantio orgânico no mundo. De acordo com dados
da Söl Ecologia e Agricultura, uma organização não-governamental
com sede na Alemanha, existem 19 mil agricultores brasileiros
produzindo orgânicos, sendo 70% deles familiares. A Itália tem o
maior número de propriedades “ecológicas”.
O presidente do Sindicato dos Produtores Orgânicos do Distrito
Federal, Joe Carlo Valle, justifica o preço mais alto dos
produtos: "A mão-de-obra tem prioridade e isto é um benefício
num país com grande número de desempregados: ocupamos mais
pessoas e assim resolvemos um problema social, uma das bases da
agricultura orgânica."
Government
purchases valorize organic agriculture
The federal government's Food
Acquisition Program will pay up to 30% more than the market
price for organic products from family farms. This decision,
which is already in effect, was made by the program's
Administrative Committee to encourage ecological agriculture in
Brazil.
Because production is small and demand is constantly growing,
foodstuffs produced without pesticides are rewarded in the
marketplace. Therefore, the Committee decided that it would also
be proper to raise the value paid for organic products used in
social programs, such as Zero Hunger. Family farming is
responsible for 70% of the country's agro-ecological production,
which represents an option for increasing the income of rural
families.
The program has the support of the Ministries of Agrarian
Development, Agriculture, Finance, Planning, and Social
Development and Hunger Alleviation. Since August, 2003, when the
program was created, over R$ 200 million have been spent on
purchases of organic produce. And the National Program to
Strengthen Family Farming (Pronaf) has a specific credit line
for this sector, offering 50% more credit to farmers interested
in investing in ecological agriculture.
MARKET
"This is a sector of vital importance to family farming,
because, in addition to providing perfect integration with the
environment, it introduces producers into a market which does
nothing but grow all over the world," affirms Arnaldo de Campos,
coordinator of Income Generation and Value Aggregation in the
Ministry of Agrarian Development's Secretariat of Family
Farming. "This is not only to give an incentive but to increase
production," adds Jean Pierre Medaets, a technical adviser in
the Ministry.
Brazil is currently the country with the second largest number
of organic farming properties in the world. According to data
from Söl Ecology and Agriculture, a non-governmental
organization headquartered in Germany, organic agriculture is
practiced by 19 thousand Brazilian farmers, 70% of them family
farmers. Italy has the largest number of "ecological"
properties.
The president of the Federal District's Syndicate of Organic
Rural Producers, Joe Carlo Valle, justifies the higher price of
products. "Labor has priority, and this is a benefit in a
country with a large number of people unemployed: We utilize
more people, thus resolving a social problem. This is one of the
foundations of organic agriculture."
Reporter: Adriano Gaieski
Translator: David Silberstein |