Brasília, Brazil
July 28, 2004
Juliana
Cézar Nunes
Repórter da Agência
Brasil
O presidente da Federação dos Agricultores do Rio Grande do Sul
(Farsul), Carlos Sperotto, vai pedir hoje ao ministro da
Agricultura, Roberto Rodrigues, mais rapidez na regulamentação
dos transgênicos. “Na pior das hipóteses, o governo terá de
editar uma nova medida provisória autorizando o plantio da soja
geneticamente modificada. O Congresso está muito lento na
votação da lei de biossegurança”, avaliou Sperotto, minutos
antes do início de uma reunião no Ministério, com o próprio
ministro, técnicos e produtores .
Segundo ele, o encontro tem como tema principal a instalação de
uma Câmara Temática de Financiamento e Seguro para o
Agronegócio. “Mas também vamos falar sobre o problema da soja.
Doze estados já plantam o produto geneticamente modificado.
Cerca de 20% da nossa produção é baseada nesse tipo de semente”,
revelou o presidente da Farsul, acrescentando que os
procedimentos devem ser regulamentados o quanto antes. "A nova
safra começa em setembro. Os contratos para a compra de
sementes, fertilizantes e insumos já estão sendo firmados”,
alertou o dirigente da entidade
De acordo com um relatório do Greenpeace, dos cerca de 83 mil
agricultores que cultivaram soja transgênica na safra 2003/2004,
mais de 81 mil estão no Rio Grande do Sul. O documento aponta
como uma das conseqüências do uso da soja geneticamente
modificada – em especial a Roundup Ready, da Monsanto -, o
surgimento de ervas daninhas ainda mais resistentes, o que
estaria provocando o aumento no uso de herbicidas.
O Greenpeace reivindica proteção para produtores de soja
convencional, que teriam custos extras para limpar máquinas e
separar os grãos tradicionais dos transgênicos. |