Brasília, Brazil
February 2, 2004
Kelly Oliveira
Repórter da Agência
Brasil
O Ministério
da Agricultura convocou hoje uma reunião emergencial com
produtores e pesquisadores da Embrapa para discutir medidas de
combate ao avanço do fungo da ferrugem da soja.
Segundo o pesquisador da Embrapa, Jose Tadashi Yorinori, dos 20
milhões de hectares de área plantada de soja, 15 milhões já
apresentam casos de ferrugem. Somente em Santa Catarina não há
registro da doença e no Rio Grande do sul foi constatado um
foco. Os estados mais afetados são Mato Grosso e Goiás.
De acordo com o pesquisador, produtores do Paraná, de Minas
Gerais e São Paulo estariam sem fungicidas para o controle do
fungo, o que levaria à necessidade de importar o produto da
Europa. “Isso aconteceu porque alguns produtores resolveram se
precaver e compraram a mais do fungicida, no ano passado. Com
isso, faltou para outros, este ano”, explicou Yorinori.
O pesquisador disse que somente em março será possível avaliar
os prejuízos causados pela ferrugem, nesta safra. Isso porque é
o período de colheita. Segundo Yorinori, em 2003, as perdas de
grãos por causa do fungo chegaram a US$ 738,9 milhões. No ano
passado, os produtores gastaram US$ 343,5 milhões para controlar
a praga com fungicidas.
A solução para evitar maiores prejuízos seria o controle com a
aplicação de fungicidas. “A saída é continuar vistoriando a
lavoura, usar com critérios os fungicidas e buscar orientação
técnica”, aconselhou o pesquisador. Segundo ele, os fungicidas
não devem ser aplicados em tempo de chuva e é preciso tomar
cuidado na colheita, para não sobrar fungos para a próxima
safra.
“Os produtores devem evitar também o plantio no período de
entressafra. É isso que está multiplicando a ferrugem em cada
safra. Em 2003, antes do término da safra, muitos produtores que
tinham pivô, na tentativa de multiplicar semente, semearam a
soja e com a irrigação mantiveram o fungo no campo”, completou. |